No Arquivo Histórico Municipal da cidade de Cento ficam conservados três registros das pessoas que fizeram pedido de passaporte para emigrar para o exterior. Estes registros abrangem os anos 1898/1900 e 1926/1947.
As listas, muitas vezes acompanhadas por fotografias tipo passe muito interessantes, trazem informações sobre o destino e a razão da viagem para o exterior.
Se podem assim encontrar centenas de nomes de homens e mulheres, idosos e crianças, agricultores e negociantes, que oferecem uma representação da sociedade de Cento daqueles anos; anos com certeza árduos e difíceis mas repletos de esperança em uma vida melhor.
Muitas pessoas abandonavam as suas moradias definitivamente (muitas vezes nos registros municipais encontramos a anotação “ausente no recenseamento de 1921” ou “de 1931”), outras foram obrigadas à voltar, outras ainda (negociantes e profissionais) faziam continuamente ida e volta.
Partiam pessoas de todas as idades, inclusive idosos e crianças, famílias inteiras, não apenas homens em idade de trabalho.
O registro mais antigo (1898/1900) anota saídas de Cento e Renazzo para principalmente as cidades de Boston e Plymouth e a seguir, surpreendentemente, em medida menor mas de qualquer forma relevante, para a Romênia e depois o Brasil e a Alemanha. Os emigrantes na maioria dos casos se definem trabalhadores agrícola e à seguir operários, verdureiros e pedreiros.
Os dois livros sucessivos (1926/1947), embora se mantenha uma cota relevante de emigrantes em direção da América do Norte, registram um acréscimo das saídas para a Argentina e, a seguir, para a França, Alemanha, Suíça, Bélgica e outros Países europeus. São pouquíssimos os cidadãos de Cento que emigram para as colônias italianas na África. Aumentam os emigrantes de classe social mais elevada: muitos operários e à seguir, negociantes, proprietários de terra, professores. Quase desaparecem os trabalhadores agrícola. É indicado um grupo relevante de emigrantes operários de saída para a Checoslováquia em 1947.